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27 de fev. de 2012

Anorexia Nervosa

INTRODUÇÃO
Antigamente, um pouco de gordura no corpo era sinal de saúde. Aí veio a medicina dizendo que não há vantagem nenhuma em acumular tecido adiposo, pelo contrário, que todos devemos ser magros.
Ao lado dessa recomendação médica, a pressão social do padrão de beleza que se baseia em modelos bonitas e absolutamente magras, sem um grama de gordura no corpo, oprimiu a vida de muita gente. Hoje, a quantidade de pessoas que lutam para perder peso, fazem dietas e tomam remédios é enorme. Essa preocupação exagerada pode provocar um distúrbio psiquiátrico grave, cada vez mais freqüente tanto em pessoas de baixa renda quanto em pessoas que tem alguma influência na sociedade, que é a distorção da auto-imagem. A pessoa se olha no espelho e vê uma figura obesa que não corresponde ao que realmente é. Não nota a cratera abaixo da sua caixa torácica coberta pela própria pele e nem os ossos proeminentes. 
Iludida por essa falsa imagem, imagina-se com excesso de peso e diminui obsessivamente a ingestão até que, num dado momento, não consegue comer mais. Como conseqüência, pode desenvolver problemas graves de saúde que chegam, às vezes, a ser fatais.           
O nome dessa doença é anorexia nervosa, o tema do trabalho que será abordado. Essa patologia manifesta-se especialmente nas mulheres, embora sua incidência esteja aumentando também nos homens. Etimologicamente, o termo anorexia significa falta de fome. Portanto, trata-se de um termo mal-empregado para essa patologia, pois ela não é nervosa e nem se determina pela falta de fome e sim pelo controle obsessivo da alimentação. 
Sabe-se também que existem profissões como modelos, aeromoças e ginastas que se destacam pela perfeição da forma física, e para tanto exercem um nível de exigência muito grande. Nesses casos é que são encontradas as maiores incidências da patologia. 
Nesse trabalho o tema será considerado como um todo, já que existem dois tipos de anorexia que serão superficialmente tratados durante o trabalho, portanto, grande parte do mesmo tratará a doença de uma forma mais genérica.

1 ANOREXIA NERVOSA: PERDA DO AUTOCONTROLE OU OBSESSÃO?           
A anorexia nervosa é uma doença resultante de uma preocupação obsessiva e exagerada com o próprio corpo. Um caso típico é de uma menina que aparece na frente do espelho e se a garota mais gorda do universo, sendo que ela pode ser a Miss Brasil.           
Teoricamente a anorexia nervosa pode atingir as pessoas oriundas de todas as camadas sociais, de todas as raças, de todos os graus de escolaridade e de ambos os sexos. Mas, em geral,  ocorrem com mais freqüência na classe média e média-alta e nas mulheres, principalmente com idades entre os 13 e os 30 anos. Nos homens a doença afeta de 5 a 10% dos casos. 
A nomenclatura dada à doença corresponde à falta de apetite, como a maioria das pessoas supõe. Porém, a palavra em si é errada, pois a falta de apetite aparece predominantemente a longo prazo, quando a paciente já rejeitou tanta comida e o organismo acostumou-se à pouca energia, causando náuseas ao ver ou ingerir os alimentos, e aí sim. Há um perda significativa do apetite. Nessa fase já não há mais condições de associar comida ao prazer, mas como um remédio que precisa ser tomado de qualquer jeito. Na verdade, o início é um sofrimento muito grande, pois elas estão lutando contra a resistência do próprio organismo, contra a fome, e por um pouco que não, literalmente brigam contra a fome, tentando envolver-se em inúmeras atividades para se distraírem na hora da refeição. 
Os sintomas mais visíveis são: pele seca, intolerância ao frio, queda de cabelo, olhos fundos, isolamento social, a perda de peso é vista como uma conquista e o ganho do mesmo é considerado um fracasso, irritabilidade, excesso de exercícios (para elas, quatro horas de exercícios diários é o mínimo), crises de choro e acham que tratamento é totalmente desnecessário. 
Infelizmente, não há um medicamento específico para anorexia nervosa, mas os antidepressivos são usados habitualmente porque essas moças costumam apresentar também sintomas de depressão e muitas são tomadas por pensamentos obsessivos, tais como, por exemplo, arrumar as roupas ou contar compulsivamente o número de calorias dos alimentos ou, ainda, a somar os algarismos das placas dos carros que encontram na rua.
1.1  HISTÓRICO
Desde o século XIII, encontramos em grande abundância de descrições de mulheres que se auto-impunham jejum como uma forma de se aproximar espiritualmente de Deus; eram as chamadas "santas anoréxicas". O quadro era acompanhado de perfeccionismo, auto-insuficiência, rigidez no comportamento e insatisfação consigo própria, tal qual as anoréxicas hoje, a única diferença é que as mesmas hoje têm uma preocupação excessiva com o peso e a auto-imagem, enquanto que as outras não davam importância à massa corporal ou ao espelho, elas só valorizavam aquilo que achassem que as fariam estar mais próximas de Deus. 
Um dos casos mais conhecidos é o de Catarina Benincasa, mais tarde Santa Catarina de Siena. Alimentava-se de pão e alguns vegetais, autoflagelava-se, e eventualmente provocava vômitos com ingestão de plantas. Na vida dessas “santas” como Catarina de Siena, eram comuns esses jejuns pois acreditava-se (e ainda hoje acredita-se) que esses as levava a afastarem-se dos prazeres carnais e as faziam alcançar uma elevação espiritual. 
No ano de 1694, Richard Morton é autor do primeiro relato médico de anorexia nervosa, descrevendo o tratamento de uma jovem mulher com recusa em alimentar-se e ausência de ciclos menstruais, que rejeitou qualquer ajuda oferecida e morreu de inanição.O autor mostra-se profundamente intrigado pela indiferença que a paciente demonstrava em relação ao seu estado crítico e pela preservação de suas faculdades mentais básicas. 
Na segunda metade do século XIX a doença é delineada a partir dos relatos do francês Charles Laségue (1873) que descreve a anorexie histérique. Apesar de ser um psiquiatra com concepções sobre transtornos mentais, Lasége propõe uma forma de tratamento que leva em conta a relação da paciente, seus sintomas, e a família, e ainda deixa de lado o autoritarismo médico para ir conquistando a confiança de suas pacientes. Essa foi a origem dos tratamentos atuais.           
No ano seguinte, em 1874, William Gull descreve três meninas com quadro anoréxico restritivo. Verificou que o fenômeno geralmente não ocorre em homens e que o anoréxico é a garota adolescente. William não conseguiu atinar com qualquer perturbação de origem orgânica responsável pela situação. Concluiu tratar-se por uma “perversão do ego, um estado mental mórbido”. 
Em 1903, Janet relata o caso de Nadia, uma moça de 22 anos de idade, que manifestava vergonha e repulsa ao seu corpo com constante desejo de emagrecer, quadro que denominou de anorexie mental. 
1.2 EPIDEMIOLOGIA 
A proporção de indivíduos com anorexia é de 1% e desses 90 a 95% são mulheres. Os casos mais freqüentes são em mulheres, em 45% dos casos após uma dieta de emagrecimento, e 40 % em pessoas cuja profissão exige magreza como modelos e bailarinas.
Essas duas últimas profissões são altamente perigosas. As modelos, logicamente, ganham em disparada, seguidas das bailarinas, mas logo depois as ginastas, e por incrível que pareça, os jóqueis. Os jóqueis também são fortes candidatos porque a massa corporal deles não pode ser muito significativa para que o cavalo no qual estaria montado possa ter mais velocidade. Portanto, 100 gramas de diferença no peso pode representar uma perda de velocidade quase imperceptível, porém decisiva, do cavalo. 
1.2.1 Causas           
As causas da anorexia nervosa são divididas em três fatores: fatores biológicos, fatores psicológicos e fatores socioculturais. 
1.2.1.1 Fatores biológicos 
Incluem as alterações hormonais que ocorrem durante a puberdade onde o pré-adolescente está entrando na adolescência, que é a fase de uma auto-identificação com os colegas com a turma co a roda de amigos, e tenta fazer de tudo para tentar
encaixar-se num grupo de amigos. Aí pode entrar e cena a anorexia, pois o pré-adolescente acha que se tiver um corpo atraente vai se dar bem com os indivíduos do sexo oposto, chamará atenção dos colegas de classe e das pessoas que as vêem, e será considerado um modelo ou padrão das pessoas ao seu redor.
No mesmo fator também incluem pessoas que tem algum parentesco com um histórico que consta um distúrbio alimentar, por exemplo uma  mãe anoréxica, tem sérias chances de adquirir o mesmo ou outro distúrbio alimentar, pois por mais que a pessoa tenha se curado, ela ainda tem seqüelas, digamos assim, mentais, que são conduzidas a diante. Houve um caso de uma mãe ex-bulímica, que chegava a comer 3 quilos de comida numa só refeição, e depois vomitava ou tomava grandes doses de remédios laxativos. Os estranhos hábitos alimentares da mãe influenciaram a filha, que durante a puberdade, desenvolveu anorexia nervosa, pelo fato da mãe pesá-la quase que britanicamente e fazer comentários absurdos tais como:
Eu sei que você quer emagrecer, mas não consegue... você só se sentirá feliz quando sentir cada osso separado, quando a balança baixar de verdade. 
1.2.1.2 Fatores psicológicos
Muitas anoréxicas sofrem pertencem a famílias rígidas e fechadas sobre elas próprias e geralmente têm um relacionamento quase doentio com as mesmas. Sendo assim, não há diálogo entre eles e a falta informação, dependendo se o poder aquisitivo
da família for baixo e eles não têm dinheiro para dar formação escolar ao filho, pode ser um grande aliado de crianças e adolescentes terem idéias errôneas sobre o emagrecimento ou falta de peso.
Em uma clínica constatou-se que muitos jovens tinham a nítida impressão de que obesidade e gravidez eram a mesma coisa. Bobagem? O fato de serem a mesma coisa, sim, é um absurdo, mas a questão de que os jovens compararam a obesidade com gravidez, não. Vejamos o que disse uma dessas jovens:                       
Tenho medo de comer porque assim posso ficar gorda e ter um bebê.  
Esse é um caso em que uma moça contraiu anorexia depois que a amiga dela ficou grávida. A moça anoréxica na certa não sabia que a gravidez se resultava do contato sexual. 
E um outro caso, ainda mais ridículo, foi a comparação de um rapaz na mesma clínica, que chegou a comparar a concepção, o processo de gravidez e o parto ao processo de ingestão de alimentos e sua digestão:       
É algo que acontece dentro do corpo, sofre aí um processo e depois sai para fora. 
Esses são apenas alguns exemplos que foram resultantes da má informação fornecida aos adolescentes, não se sabe se foi por falta de escolaridade, ou por má informação dos pais ou ainda de “lições” dadas de pessoa para pessoa que tinham idéias errôneas e foram passando para outras pessoas quantas acreditassem¹. 
¹passando para outras pessoas quantas acreditassem: nessa frase não entende-se de que seja algum indivíduo maldoso que queira passar uma informação errada propositalmente. Muito pelo contrário, ela tenta ajudar a outra pessoa com algum conhecimento que já possuía ou com alguma observação que fez, com a intenção de ajudá-la, e essa, por sua vez, fará o mesmo, se ninguém lhe provar o contrário.
1.2.1.3 Fatores socioculturais           
Conforme dados levantados, foi provado que nas mulheres do ocidente a anorexia nervosa tem mais prevalência, especialmente aquelas que tem poder aquisitivo maior e que têm uma certa influência na mídia e no meio social, especialmente as mais jovens.           
A pressão cultural para emagrecer é considerada um elemento fundamental da causa dos transtornos alimentares, que interage com fatores biológicos, psicológicos e familiares para gerar a preocupação excessiva com o corpo e o pavor doentio de engordar, característicos da anorexia nervosa. A influência dos aspectos socioculturais é marcante.           
Nas sociedades afluentes, ao mesmo tempo em que observamos uma oferta abundante de alimentos de alto teor calórico e de rápido consumo, e a vida cotidiana se torna cada vez mais sedentária, as modelos e atrizes de sucesso, representantes dos padrões ideais de beleza feminina, são extremamente magras e muitas vezes apresentam um corpo de pré- adolescente, com formas pouco definidas. 
Assim, as sociedades ocidentais contemporâneas vivem atualmente sob o ideal da magreza, extrema ou não, e da boa forma física. Este protótipo se impõe principalmente para as mulheres, nas quais a aparência física representa uma importante medida de valor pessoal.
O conceito mais influente é o da moda, que determina a magreza absoluta como símbolo de beleza e elegância. O ideal de beleza que a sociedade e os meios de comunicação impõem está associado à magreza absoluta.
1.2.2  Características clínicas 
Existem dois tipos de anorexia: o tipo restritivo e o tipo purgativo. O tipo restritivo é mais raro, porém sua cura é mais sofrida e complicada. A pessoa que sofre de desse tipo de anorexia  vai diminuindo sua comida até chegar ao mínimo ou cortar tudo do seu cardápio. A pessoa vai criando um mundo onde só entram alguns tipos de alimentos que ela mesma define, comida que não seja desse cardápio criado por ela é visto como veneno por quem está com anorexia. O tipo purgativo também é conhecido como bulimia, caracterizada pelo fato da pessoa comer compulsivamente , mas depois, ela se arrepende e tenta se livrar do que comeu. Ao ouvir bulimia é comum acharem que se trata apenas de vômitos.  Mas vai muito além. Quem sofre da doença pode tentar compensar o que comeu com o uso de laxantes, exercícios exagerados, dietas radicais por um curto período, indução do vomito, entre outros. Porém, nada disso adianta. Apenas enfraquece a pessoa, provocando sérias conseqüências. 
A diferença entre anorexia e bulimia é que na anorexia há perda bastante acentuada no peso da paciente devida à pouca ou nula comida ingerida, e por mais que emagreça, ela nunca está satisfeita com o próprio corpo. A bulimia é uma doença em que a paciente quer emagrecer, mas o emagrecimento não é o que chama a atenção e sim as mulheres que adquirem as doenças, pois têm corpos de verdadeiras modelos e uma maneira obsessiva de cuidar deles, sendo que muitas vezes têm hábitos estranhos como ingerir de 5 a 20 mil calorias de uma só vez e depois ir ao banheiro 5,10 ou 15 vezes para vomitar tudo.  
A primeira alteração das anoréxicas aparece na pele e nos pêlos, que também são os primeiros órgãos que sofrem com a privação de alimentos. A pele fica extremamente seca e coberta por lanugo, uma penugem que se parece com barba de milho. Essas moças apresentam também amenorréia, isto é, deixam de menstruar e sofrem uma regressão nas características femininas. Os seios e os grandes lábios praticamente desaparecem.           
Quanto à menstruação, quanto mais tempo ela estiver ausente, maior dificuldade a mulher encontrará para engravidar e caso o consiga, o que é raro, maiores dificuldades encontrará durante o parto. No entanto, a osteoporose pode ser considerada a manifestação mais grave da doença. Fraturas podem ocorrer espontaneamente. A pessoa está andando e cai porque um osso se quebrou sem ter sofrido nenhum traumatismo direto. 
Além disso, alterações intestinais e cardíacas importantes são freqüentes, porque muitas anoréxicas não só deixam de comer adequadamente como passam a usar laxantes e diuréticos. O diurético provoca uma queda de potássio, elemento fundamental para o bom funcionamento do coração. Sua ausência pode causar morte por arritmia ou parada cardíaca. Associado aos laxantes, o diurético aumenta a perda de água do organismo o que pode causar desidratação e insuficiência renal. No Hospital das Clínicas, em São Paulo, há pacientes obrigados a fazer hemodiálise porque perderam um rim por causa da desidratação.
1.3  PRAGA VIRTUAL
A sociedade terá de se preparar para enfrentar um novo inimigo virtual. Um exército de adolescentes está usando a internet para ensinar outros jovens a serem anoréxicos. Tudo para chegar ao que seria a coisa mais importante da vida, de acordo com os autores dos sites: ficar magro. As páginas são assustadoras. Exibem fotos de meninas esqueléticas apontadas como modelos de beleza, e dão, inclusive, dicas para enganar os pais, e formas de se punirem caso comam algo que engorda. Algumas dessas dicas irresponsáveis são: arranje um hobby como dormir, pedalar, fazer academia, passear com o cachorro, para fazer praticar na hora das refeições, limpe o banheiro ou a pia da cozinha para perder a fome, monte um álbum com as fotos dos corpos de mulheres que você gostaria de ter e quando quiser comer alguma coisa calórica olhe para o álbum e lembre-se de que esse esforço vale a pana , lambuze o prato de comida antes de seus pais chegarem para dar impressão de que você comeu. A “Ana” e a “Mia” são apelidos assim chamados pelas internautas para referirem-se da anorexia e da bulimia, respectivamente.
Além da influência que os sites podem exercer sobre pessoas que não têm a doença, os especialistas temem que eles se tornem um braço de apoio às meninas e meninos já doentes. Antes do estouro desses endereços, as vítimas, em geral, eram muito sozinhas, o que de certa forma facilitava a aproximação da família, aumentando a adesão ao tratamento. Com o acesso à internet, os pacientes contam com a ajuda uns dos outros, complicando ainda mais o combate ao problema. 
1.4  TRATAMENTO 
Uma das primeiras dificuldades é a que diz respeito à aderir o paciente ao tratamento, pois a negação da doença é muitas vezes parte integrante do quadro. As pacientes com anorexia nervosa em geral desconfiam dos médicos, os quais elas percebem como inimigos e interessados apenas em realimentá-las, em fazê-las perder a vontade de controlar seus pesos.
O tratamento tem que começar rápido, com muita firmeza, sem deixar absolutamente nenhuma alternativa para o paciente, de modo que fiquei claro para ela que não pode vomitar e que tem que ganhar peso. O mais importante de tudo é normalizar o peso, mesmo que seja contra a vontade da paciente.           
O modelo de tratamento com uma equipe multiprofissional é o melhor aceito atualmente. O ideal é que a equipe de tratamento inclua um clínico, um nutricionista, um psicoterapeuta individual e um psicoterapeuta de grupo familiar. 
No papel do nutricionista, assim como de todos os outros, é fundamental criar um vínculo terapêutico com o paciente, pois a mudança nas atitudes alimentares é uma medida importante do resultado geral nestes pacientes.  Cabe ao nutricionista relacionar aspectos psicológicos e nutricionais dos transtornos alimentares, visando estabelecer padrões nutricionais adequados. 
O psicoterapeuta deve ser uma das pessoas mais confiáveis, pois a paciente deverá contar suas angústias, medos e tudo aquilo que possa relacionar-se com a doença. Porém esse papel é muito difícil, pois em 95% das vezes a paciente acha que está ótima e que o paciente só vai ajudá-la a engordar. Geralmente são receitados antidepressivos porque quase sempre a anorexia é acompanhada de um estado depressivo, porque eles diminuem o caráter Obsessivo-compulsivo dos vômitos e da distorção da auto-imagem e finalmente porque eles agem no Sistema de Neurotransmissores que estão alterados nessa doença. Mas o problema é que o efeito só começa a aparecer após várias semanas e além disso o paciente não aceita ser chamado de doente e ouvir que precisa tomar remédio.           
E o papel da família é tentar ajudar a paciente que não quer ser ajudada, portanto tem um grande peso na cura e deverão estar preparados para uma luta, conjunta com a paciente, que durará por anos. 
A necessidade de controlar o peso e alimentação, os cuidados para que ela tome o remédio certo e para que não tome os laxantes são uma batalha diária.
A família também deverá montar um ambiente agradável, principalmente na cozinha e sala de jantar, para acolher a paciente e para que ela possa se sentir bem num lugar em que antes ela quase nunca freqüentava.

CONCLUSÃO 
Com esse trabalho pude concluir que as pessoas que têm algum distúrbio alimentar, seja ele qual for, imaginam que elas têm controle da doença, que a doença é uma opção, em que podem entrar, sair e controlar a qualquer hora e como querem. Portanto, não assim. Elas acabam sendo escravas da balança, prejudicando corpo delas a própria vida, sem contar que elas perturbam, principalmente, da família. Ela perde a confiança em todas as pessoas e acha que todos estão contra ela.           
A doença não deixa de ser também um distúrbio mental, pois está muito associado com a mente, com o que a anoréxica enxerga, que é totalmente distorcido à realidade. E não há quem consiga fazê-la mudar de idéia até ela mesma se conscientizar de que antes ela precisa mudar a mente dela. A mudança tem de partir de dentro, deve ser uma coisa que ela mesma deve querer, e enquanto está com a doença, o único querer dela está associado à perda de peso.

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