Subscribe:

17 de mar. de 2012

As partes do corpo humano

Papai, papai hoje a gente aprendeu qual é a mão esquerda!
- E qual é a direita?
- A gente vai aprender amanhã.

Papai Noel sacana

um menino manda uma cartinha para o papai noel dizendo"querido papai noel o que eu teria que fazer para ganhar um irmãozinho do senhor" no outro dia o menino recebe a resposta do papai noel em uma cartinha " Meu filho mande sua mãe aqui "

O Mendigo

Estava passando um homem quando o mendigo derrepente lhe disse:
-Sou um imortal!
-Por que você é imortal?
-Porque não tenho onde cair morto!!!!

Vivo nos Destroços

O cara pergunta ao amigo:
- Você sabia que encontraram um vivo nos destroços do avião da Air France?
O amigo responde:
- Sério?
- Sim, e ele tinha 10 reais de crédito!

Viciado em Twitter

A mãe de um garoto estava preocupada porque ele ficava o dia inteiro no twitter ..
Então ela decidiu levar ele no padre ...
Chegando lá ela explica a situação e o padre pergunta :
- Menino , você segue deus ?
- Não sei , qual é o e-mail dele ?

Conversa de pobre

Pobre sempre diz que não tem nada , mas quando tem enchente diz que perdeu tudo !!

Policial e fábrica de motos

P: Qual a semelhança entre um policial e uma fábrica de motos?
R: Os dois fazem Honda.

Frases que todos temos de saber


1. Ladrão que rouba ladrão vive no Distrito Federal.
2. Adoro as rosas, mas prefiro as trepadeiras.
3. As mulheres perdidas são as mais procuradas.
4. Como é difícil se livrar de uma mulher fácil.
5. Criança e tamanco só se faz com pau duro.
6. Todo mundo tem cliente. Só traficante e analista de sistemas é que tem usuário.
7. Duas coisas que eu gosto: cerveja gelada e mulher quente. Duas coisas que não gosto: cerveja quente e mulher gelada.
8. Se CHEFE fosse arquivo, a extensão seria '.fdp'
9. Enquanto não encontro a mulher certa... me divirto com as erradas.
10. LULA é o meu pastor... por isso eu estou pastando.
11. Herrar é umano.
12. Mais vale chegar atrasado neste mundo, do que adiantado no outro.
13. Melancia grande e mulher muito boa, ninguém come sozinho.
14. Na vida tudo é passageiro, menos o motorista e o cobrador.
15. Não roube! O governo detesta concorrência...
16. No teatro do poder, todos são formados em artes cínicas.
17. O chifre é como consórcio, quando você menos espera, contemplado.
18. Cabelo ruim é igual a bandido... ou tá preso ou tá armado!!!
19. Mulher gata, gostosa, gente fina e fiel é igual a nota de R$30,00... eu nunca vi...!!!
20. Mulher feia é como pantufa... Dentro de casa, até que é gostosinha,mas na rua...dá uma vergonha!!!

Acidentes no carro


Crianças no banco dianteiro podem causar acidentes.
Acidentes no banco traseiro podem causar crianças.

Xuxa no bar


O QUE QUE A XUXA FOI FAZER NUM BAR?

R= TOMAR CASAXA.

Cego x Paralitico

Um paralítico passeando com um cego, vê uma loira muito gostosa atravessando a rua. Para tirar uma com a cara do cego diz:
- Olha que loira gostosa atravessando a rua!!!
O cego muito brabo responde:
- Ah é? Então corre atrás dela!!!

O Pinóquio

Como o pinóquio descobriu que era de madeira?


R:Foi bater punheta e pegou fogo.

O Doido

O doido estava no hospício, escrevendo uma carta, quando o médico chegou, viu e pensou:
"Poxa, esse cara deve estar bom. Está até escrevendo carta". Aí ele chegou pro doido e perguntou:
- Pra quem é essa carta?
- Ah é pra mim mesmo, doutor, eu nunca recebo cartas de ninguém.
- E o que esta escrito nela?
- Como é que eu vou saber, ainda não recebi!!!

Exalta na livraria

P- O que o Exalta Samba foi fazer na livraria?
R- lêlêlêlêlêlê

Galinha e Coelho

O que dá do cruzamento de uma galinha com um coelho?
Resp: OVO DE PASCOA!!!

A Vaca

Porque a vaca da leite?
R: porque ela não sabe vender...

formiga

Uma formiga perguntou para a outra:
-Oi, qual é seu nome?
-Fo.
-Fo de que?
-Formiga! E o seu?
-Ota.
-Ota de que?
-Ota formiga!!!!

A vaca

Duas vacas estavam conversando.
A primeira vaca disse:
-Muuuuu!
E a segunda:
-Nossa, você tirou as palavras da minha boca!

Por que o papai noel não tem filhos?

Porque o saco é de brinquedo....

16 de mar. de 2012

Anarquismo


ANARQUISMO foi a proposta revolucionária internacional mais importante do mundo durante a segunda metade do século XIX e início do século XX, quando foi substituído pelo marxismo (comunismo). Em suma, o anarquismo prega o fim do Estado e de toda e qualquer forma de governo, que seriam as causas da existência dos males sociais, que devem ser substituídos por uma sociedade em que os homens são livres, sem leis, polícia, tribunais ou forças armadas. A sociedade anarquista seria organizada de acordo com a necessidade das comunidades, cujas relações seriam voltadas ao auto-abastecimento sem fins lucrativos e à base de trocas. A doutrina, que teve em Bakunin seu grande expoente teórico, organizou-se primeiramente na Rússia, expandindo-se depois para o resto da Europa e também para os Estados Unidos. O auge de sua propagação deu-se no final do século XIX, quando agregou-se ao movimento sindical, dando origem ao anarco-sindicalismo, que pregava que os sindicatos eram os verdadeiros agentes das transformações sociais. Com o surgimento do marxismo, entretanto, uma proposta revolucionária mais adequada ao quadro social vigente no século XX, o anarquismo entrou em decadência. Sem, contudo, deixar de ter tido sua importância histórica, como no episódio em que os anarquistas italianos Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti foram executados por assassinato em 1921, nos EUA, mesmo com as inúmeras evidências e testemunhos que provavam sua inocência.

O Anaquismo segundo um adepto:

Quando você ouve falar dos anarquistas, você logo é conduzido a acreditar que nós somos bombardeiros furiosos. Qualquer grupo que solta uma bomba é imediatamente chamado 'anarquista', não importando se eles são nacionalistas, socialistas ou fascistas. O mito criado é que nós acreditamos na violência por causa disso. O outro mito é aquele em que o anarquismo é caos, e é usado por políticos, governos e na mídia que diz: se não houver nenhum governo, haverá caos. Mas sempre que você procura saber sobre a sociedade de hoje logo vem à conclusão que talvez nós já estejamos vivendo um caos. Milhares de pessoas estão morrendo de fome ao redor do mundo, contudo, milhões de dólares são diariamente gastos em usinas nucleares que têm o potencial de destruir nós e todo o mundo afora. 
Você poderia perguntar por que isto é assim? Nós dizemos que há uma grande razão - LUCRO! No momento nós vivemos numa sociedade na qual há duas classes principais - os ricos e os trabalhadores. Os ricos possuem as fábricas, bancos, fazem compras, etc. Os Trabalhadores não.Tudo que eles têm é o suor que usam para ganhar sua vida. São compelidos aos trabalhadores a vender o seu suor aos ricos por um salário. O patrão está interessado em usurpar com muito trabalho do trabalhador para que com pouco empreendimento seja possível poder manter altos lucros. Assim, quanto mais trabalham, menos ganham e mais os patrões enriquecem. Os interesses deles estão em total oposição um ao outro.
A produção não está baseado nas necessidades das pessoas. Produção é para lucro. Então, embora haja muita comida no mundo para alimentar todos, as pessoas passam fome porque os lucros vêm primeiro. Este é capitalismo!
Autoria: Rogério do Carmo Florentini

A Violência na Sociedade Brasileira


Você não vai se ofender se lhe fizer uma provocação? Então vai lá: você sabe por que a gente gosta de falar mal dos outros? Muito simples: para dizer que a gente é melhor que eles...
É claro que você não precisa concordar com isso. Já porque agente nem sempre concorda com que é verdade... Mas pense um pouco e vai perceber como isso de fato é assim. Toda nossa comunicação baseia-se em critérios comparativos: como não pega bem a gente ficar se elogiando, então colocamos os outros lá embaixo, e com isso... nós ficamos mais em cima! Que tal? Já tinha pensado nisso?
Não é bem isso que queremos discutir, mas algo parecido: violência na sociedade brasileira.
O que é violência? Alem de ser um constrangimento físico ou moral. È um ato vergonhoso que acontece diariamente, em todos os lugares do Brasil e mundo. Ninguém sai mais a rua seguro de que vai voltar ao seu lar, muitas pessoas morrem e deixam família em sofrimento, por causa de um assalto, uma bala perdida ou outra causa de violência.
Ao andar pelas ruas, ninguém mais confia em ninguém, todos à se aproximar de qualquer pessoa já ficam preocupadicimos, sempre achando que vão ser assaltados ou coisa igual.
Cada dia que passa a violência aumenta rapidamente, em vez de todos sermos unidos, parece que separam-se. Não sabemos oque será o dia de amanhã, à tanto medo dentro de nós que não pensamos em outra coisa senão violência. Há! Não podemos esquecer de ressaltar, a violência nas torcidas de esportes. Coisa que deveria ser diversão acaba em violência, morte.
Quem não olha televisão? Todos os dias à casos e mais casos de mortes, assassinatos. Quase todos com uma coisa em comum impunidade.
Como todos nós sabemos, continuam a ocorrer, no Brasil, graves violações dos direitos humanos.
As vitimas tendem a ser aqueles que mais precisam de proteção: os pobres urbanos e rurais, os povos indígenas, os negros, os jovens. E também aqueles que trabalham em prol dos mesmos: advogados, sacerdotes, lideres sindicais, camponeses. Os violadores costumam ser agentes do Estado, cuja responsabilidade legal é a proteção dos cidadãos.
A despeito de algumas exceções notáveis, a impunidade ainda predomina para a maioria dos crimes contra os direitos humanos.
Em muitas cidades emergiram forças que passaram a explorar a desintegração social do ambiente urbano, para impor formas próprias de regulação social. As brechas cada vez maiores entre riqueza e pobreza, juntamente com as atividades do crime organizado e a disponibilidade de armas, criaram uma mistura explosiva, em que se deu a escalada da violência social brasileira. Somando-se a isso a inadequação do judiciário e a propensão de certos setores da policia a agir como juiz, júri e carrasco daqueles que consideram "elementos marginais", formou-se um vácuo político e legal em que ocorrem violações brutais dos direitos humanos.
Mas, embora a história e os padrões sociais nos ajudem a entender os problemas dos direitos humanos no Brasil, não bastam para explicar a impunidade de que desfruta um número excessivamente grande de violadores desses direitos.
Brechas da Impunidade
Eu gostaria de sugerir que se formou no âmago da sociedade brasileira uma série de brechas, as quais permitem que tais crimes fiquem impunes.
A primeira é a brecha entre a legislação destinada a proteger os direitos humanos e a sua implementação.
O povo brasileiro tem a expectativa legitima de que os direitos civis e políticos inscritos na Constituição e na lei sejam justa e efetivamente aplicados pelo estado. No Rio de Janeiro, nos 10 meses que se seguiram ao do massacre de Vigário Geral- de setembro de 1993 a junho de 1994, foi registrada a morte de 1.200 pessoas nas mãos dos esquadrões da morte. Mais de 80% desses crimes permanecem sem solução.
O panorama nas zonas rurais é ainda pior. Em apenas 4%, aproximadamente, dos casos de morte de camponeses e lideres sindicais rurais, os responsáveis foram levados a julgamento.
Quando são frustadas as expectativas daquelas que contam com a justiça e a procuram, a textura da sociedade começa a desintegrar-se. Assim como em outros países, tem sido essa experiência de muitos brasileiros, especialmente na periferia das grandes cidades e em algumas áreas rurais. Resulta daí que as relações sócias não são reguladas pela lei, mas sim por uma combinação de intimidação e apadrinhamento.
A Segunda brecha situa-se entre os setores das forças de segurança e o povo que juraram proteger.
O povo brasileiro tem o direito de viver sem medo do crime. Mas também tem o direito de viver sem medo da policia. Dos 173 casos da assassinatos ocorridos no meio rural, em 19993, com a participação de pistoleiros contratados, que a Procuradoria Geral da Republica está investigando, comprovou-se que 80 contaram com a participação direta de policiais militares ou civis.
A morte do suspeito de um crime diante de cameras de TV, no Rio de Janeiro, e o massacre de 111 detentos na Casa de Detenção, em São Paulo, têm um elemento comum: mostram que os policias sentem que têm controle sobre a vida e a morte dos cidadãos.
Como observou um ilustre membro da seção paulista de Ordem dos Advogados do Brasil, a respeito do caso Carandiru, mais aterrador que o número de vitimas foi o número de violadores. Isso mostra como um sentimento coletivo de impunidade poderia estar enraizado na cultura organizacional de certos setores das forças de segurança.
Mas é possível mudar. Após o massacre da Casa de Detenção, foram tomadas medidas para estabelecer padrões mais rigorosos de investigação de assassinatos cometidos por policias nas ruas, e todos os policias envolvidos em tiroteios fatais foram obrigados a consultar um psiquiatra.
O número de assassinatos baixou de 1345 em 1992, para 319 em 1993 e 413 em 1994. Ainda são números extraordinariamente elevados, segundo os padrões internacionais, mas representam uma queda significativa e animadora. É, portanto, com profunda preocupação que tomamos conhecimento do final da política "ROTA-leve" em novembro de 1994, e do subsequente e dramático aumento do número da assassinatos cometidos por policiais- 60 somente em janeiro.
A terceira brecha estaria entre a procura da justiça e a capacidade do Estado para proporciona-lá.
Infelizmente para muitos brasileiros, sobretudo para os que integram os setores mais vulneráveis da população, o Brasil é também um país sem justiça.
Não é que o povo não acredite na justiça. È que suas convicções são cruelmente destruídas pelas próprias pessoas cujo dever seria preservá-las.
Essas brechas entre lei e a sua aplicação, entre as forças de segurança e o povo que juraram proteger, e entre a procura de justiça e a capacidade do Estado para proporcioná-la, criam uma brecha maior e mais fundavel: uma brecha na própria alma da sociedade, que separa o Estado dos seus cidadãos e os cidadãos entre si.
É por isso que tais questões deixaram de preocupar apenas as vitimas, suas famílias e aqueles que lutam com coragem e determinação nas organizações de defesa dos direitos humanos, para afetar a sociedade brasileira como um todo.
Caminhos a percorrer
Para eliminar essas brechas, o movimento pelos direitos humanos precisa vencer quatro batalhas.
A primeira é a batalha pela identidade, uma batalha pela preservação da identidade individual das vitimas, como a das centenas de crianças e adolescentes mortos a cada ano nas principais cidades brasileiras.
Sabemos que, em sua maioria, as vitimas são jovens adolescentes de sexo masculino, provenientes de bairros pobres. Sabemos também que, contrariando a crença popular, a maioria deles não são crianças de rua nem têm ficha criminal.
Mas uma vitima não é um número estatístico nem categoria sociológica. Uma vitima é um ser humano. E para muitas dessas crianças e adolescentes a morte nem chega a conferir a dignidade humana elementar da identificação pelo nome.
Dos mais de 2 mil casos de assassinatos registrados no Rio de Janeiro no período de um ano, 600 das vitimas sequer foram identificadas. Como disse à Anistia Internacional um promotor estadual do Rio de Janeiro, em um número demasiadamente grande de casos, vitimas e violadores têm um atributo em comum: ambos são desconhecidos.
A Segunda é a batalha contra o esquecimento.
"Vamos esquecer o passado", exigem os violadores de crimes contra os direitos humanos. Mas será que devemos esquecer os 144 "desaparecidos" durante os anos de governo militar? Devemos esquecer que os assassinos de Chico Mendes continuam em liberdade? Devemos esquecer que os responsáveis pela morte de Margarida Maria Alves ainda não foram julgados?
Justiça não significa esquecer o crime. "A justiça tarda mas não falha", diz o ditado popular. Só que, muitas vezes, "a justiça tarda mas não chega", e não chega porque tarda demais. Será que algum dia chegará para os membros das comunidades indígenas assassinados em meados da década de 80, cujos processos ainda estão paralisados na justiça?
A terceira é a batalha pela compaixão.
Muitos se voltaram contra as organizações de defesa dos direitos humanos, considerando seu trabalho pouco mais que a proteção de criminosos.
A ansiedade a respeito da escala do crime é alimentada por programas radiofônicos populares, que proclamam: " Bandido bom é bandido morto! "
Já faz muito tempo que muita gente aceita a morte de jovens suspeitos, desde que os mortos por engano não sejam seus próprios filhos.
Essas pessoas aceitaram a exibição pública dos corpos das vitimas, desde que não fosse realizada em áreas residenciais.
Aceitaram o fato de que grandes setores da população vejam negados seus direitos humanos básicos por serem pobres, ou viverem no bairro errado, ou terem a cor errada.
Mas as políticas do medo não trazem segurança. Pelo contrário, degradam a sociedade que tais crimes são tolerados e prejudicam a reputação internacional, da qual depende a prosperidade a longo prazo.           
A quarta batalha é a da responsabilidade.
É claro que, para que a impunidade tenha fim , os responsáveis por crimes contra os direitos humanos devem ser levados a prestar contas dos seus atos perante um tribunal.
Mas há um sentido mais amplo em a responsabilidade é crucial na luta pelos direitos humanos. O governo brasileiro é responsável, perante a lei internacional, pela garantia de que o Brasil cumpra os tratados internacionais de direitos humanos dos quais é signatário.
O governo brasileiro também é responsável perante a opinião pública internacional, pois o respeito pelos direitos humanos é uma obrigação moral que transcende as fronteiras nacionais.
Acima de tudo, o governo deveria prestar contas ao povo brasileiro.
·      Violência é proporcional à discriminação social
Os baixos salários, o desemprego e a recessão aumentam a miséria e a violência social. A violência pode não ser desejada pela sociedade civil, mas é desejada pelo governo, para afastar o povo da participação da vida nacional. É bom alertar também, que a recessão pode levar o país ao caos, à convulsão social e à ditadura.
A violência pode ser tomada como sinônimo de defesa. Ela é uma agressão de defesa. Um povo abandonado, amedrontado, humilhado, intimidado e atemorizado, até pela propaganda da violência, não participa. Nessa situação, consciente ou inconscientemente, uma intenção daqueles que estão no poder no sentido de afastar as pessoas da participação social, política e econômica. Isso vem ao encontro desse sistema que privilegia uma pequena minoria e prejudica a grande maioria. Por isso, a violência, muitas vezes é estimulada por aqueles que estão no poder para se manterem no poder.
As autoridades estão apostando na violência, pois agora se criam condições para que esta violência subsista e afaste o povo daquilo que é um direito do povo, a participação na vida nacional.
Temos grandes cidades que são de primeiro mundo. Aqui também temos a criminalidade do primeiro mundo. A criminalidade da droga, da violência policial, das quadrilhas organizadas. Agora, no Brasil real, que não é o Brasil do primeiro mundo, temos uma criminalidade que é fruto da discriminação social em que o povo vive, onde poucos são os donos e muitos são os escravos.
Pelo fato de o povo viver inseguro, amedrontado e intimidado, seria mais sensato e coerente que os meios de comunicação falassem de flores e amores em vez de promover programas de violência.
Mas o governo detêm os cordeis dos meios de comunicação e as grandes empresas se mantêm através do favorecimento do governo e através da manipulação da informação. Por isso eles promovem a violência exatamente para mostrar ao povo que ele tem que ficar na moita, sem o mínimo de esperança. Quando o povo chega em casa, depois de 12 horas de trabalho, e não só de trabalho, mas de envolvimento com toda esta loucura de vida, ele assiste novamente à violência do que foi sujeito. Isso quer dizer que ele vive permanentemente num mundo de violência, dentro e fora de casa. Que esperança este povo pode Ter deste mundo?
·      Violência da tevê e dos brinquedos para a criança
Nenhuma criança nasce violenta. Há consenso de que a condição de ser violento é adquirida no decorrer do desenvolvimento. Muitas famílias, pela condição infra-humana a que são submetidas, são forçadas a conviver constatemente com situações violentas. A isso, somam-se os brinquedos, em forma de armas miniaturizadas, colocadas facilmente ao acesso das crianças. A tevê colabora com imagens violentas e promiscuas. O que será das gerações futuras?
Os filmes violentos apresentados pela televisão têm influência sobre as crianças. O mundo atual faz com que a criança seja exposta, de forma muito intensa, a impulsos violentos. Vários psicólogos, principalmente norte-americanos, têm concluído que a violência gera, na criança, uma habituação. A criança se acostuma com a violência. Nessa habituação, para ser motivada, ela termina necessitando de mais estímulos violentos do que o necessário. Em experiências feitas nos EUA, um grupo de psicólogos tomou um grupo de crianças que viam pouca tevê e que passava o dia todo sob a estimulação de filmes violentos. Colocaram eletrocenfalogramas e aparelhos sensores para medir o pulso das crianças. Constataram, após algum tempo, que as crianças que estavam acostumadas com a violência, quando viam uma cena agressiva, não possuiam aceleração do pulso. De outra parte, as crianças que não estavam habituadas à violência, tinham uma saliente aceleração cardíaca.
Pela experiência acima, nota-se que, para as crianças acostumadas com violência, é necessário um impulso ainda mais violento para que reaja. Isso mostra que a violência gera violência: que a violência faz com que a pessoa necessite de maior violência. É prejudicial permitir que uma criança de 5 anos seja submetida a programas promíscuos e violentos da tevê. Essa superexposição violenta, para a criança, não é benéfica. Entendo que os meios de comunicação de massa acabam por estimular a forma violenta de viver, a partir do momento em que divulgam tanta violência. A gente, sem querer, acaba sendo envolvido, se habitua com ela, achando que é normal. Coisa que não acontecia com nossos antepassados, quando não havia o aparato da violência que temos hoje diante dos olhos. Chegavam a nós, com muita lentidão, e não com tanta intensidade como ocorre hoje. Por isso é que eu penso que, em nível de saúde mental, deveríamos lutar contra essa liberação descontrolada de violência, pois ela é nociva ao desenvolvimento de uma criança.
Não é educativo, ,apresentar o mundo violento a uma criança. Pois devemos preparar a criança para enfrentar o mundo com todos os outros aspectos violentos.
Mas isso depende do nível de desenvolvimento dessa criança. O que está ocorrendo, e que é prejudicial e que marca as crianças de hoje, é que elas, em etapas de desenvolvimento muito precoce, são submetidas a estímulos muito violentos do meio-ambiente. Conheço crianças com cinco anos de idade que assistem à televisão aos sábados até as quatro da manhã. Assistem a programas extremamente violentos e promíscuos. Isso não pode fazer bem para a criança. Deve haver uma adaptação. Precisamos tomar consciência de que todos nós, adultos, devemos lutar contra a violência. Estou percebendo que se nós tomarmos essa atitude, vai ocorrer uma verdadeira autodestruição.
Uma questão que preocupa muito é a do castigo. Bater, dar palmadas, vários psiquiatras vêem a questão das palmadas de duas maneiras, ambas decorrentes da estrutura familiar. Há famílias que são de uma permissidade muito grande para a criança. Elas não ajudam a criança a saber manejar seus impulsos agressivos, ou mesmo seus impulsos sexuais. E há outras famílias que são extremamente rígidas e que, também pela sua rigidez, não permitem que a criança saiba também manejar seus impulsos. Uma das necessidades básicas infantis é a disciplina, no bom sentido, e isto consiste em saber dar limites aos filhos. Se nós temos hoje tanta agressividade com jovens, é porque, possivelmente, os pais não souberam dar limites e, com isso, as crianças se tornam muito agressivas, onipotentes. Perdem o senso dos limites. Pensam que podem, inclusive, manejar com a vida dos outros. Penso que isso se deve a condutas agressivas assimiladas pela criança. Faltaram atitudes firmes, de parte dos país. Às vezes, os país também perdem o controle e acabam batendo nos filhos de uma forma até violenta. Quando isso ocorre, eles têm que manter a coerência, sem, em seguida, mimar o filho.
Se eles acariciam o filho depois de uma surra, ele vai aprender a desobedecer, para ser beneficiado com o carinho posterior. Não há nada de errado em um pai perder a paciência e, vez por outra, dar uma palmada no filho. O que ele deve fazer é conservar, com firmeza, esta atitude.
Essa atitude firme tem que ser compartilhada pelo pai e pela mãe, evitando que um bata e o outro acaricie. Por que deve haver uma coerência de atitudes entre pais. Porque senão, vai ocorrer um fenômeno chamado dissociação, no qual um dos pais fica sendo carrasco ou mau e ruim, e outro bom e excelente. Isso só pode gerar intranqüilidade para a criança.
A questão dos brinquedos violentos é polêmica. De um lado, temos a sociedade consumista que oferece as armas de todos os portes, e de todas as formas. Desde uma simples faca, até o mais sofisticado foguete. Tudo em miniatura. Sou de uma posição intermediária. Penso que o ideal seria o que ocorreu comigo: "Eu tinha meus brinquedos agressivos, eu tinha meus bodoques, minhas espadas, mas nós não fazíamos deste brinquedo algo como a meta principal. A gente jogava futebol e fazia outras coisas e se exercitava ao máximo desenvolvendo todas as capacidades motoras.
Atualmente, o que está me preocupando é que a criança fica o dia todo fantasiada de Batman, He-man, brincando de super-herói e, enfim, com todo um arsenal ficticio muito grande. Vejo que essas crianças estão ficando meio dependentes dessa situação. Não sei o que isso vai significar para seu futuro. Uma criança que, em nível de pré-primário, passa o dia inteiro identificada com os super-heróis, não me parece uma coisa muito boa.
Acho que há necessidade de revisarmos a carga de instrumentos agressivos que colocamos ao alcance destes menores. Um hiperarmamento é prejudicial."
Alguns brinquedos agressivos são, entretanto, necessários para a criança, pois precisa extravasar a sua agressividade. Mas isso deve ser feito de uma forma adequada. O equilíbrio é aconselhável. Criança não pode passar o dia todo com brinquedos eletrónicos. È um perigo.
Conclusão
A conclusão que podemos tirar, e de que, a violência está cada vez maior. Uma coisa vergonhosa.
Achamos que, algumas causas da violência são:
- a exclusão;
- as drogas;
- a falta de atendimento as necessidades básicas, como saúde, educação e lazer.
- e outras coisas também...
A não venda de armas pode diminuir as estatísticas da mesma.
No mais achamos que uma coisa que podemos fazer é criar nossos filhos de maneira correta, tentando educa-los para que nunca sejam violentos.
Temos que lutar juntos contra a violência na sociedade brasileira. Senão o que será do dia de amanhã?
Bibliografia
Livro: O que é Violência Urbana
Autor: Regis de Morais
Jornal: Mundo Jovem
Jornal: Zero Hora
Jornal: Correio do Povo
Navegador: Google Chrome
 Autoria: Adriano Vasconcelos da Silva

A Sociologia

Sociologia pessoas


sociologia constitui um projeto intelectual tenso e contraditório. Para alguns representa uma poderosa arma a serviço dos interesses dominantes, para outros ela é a expressão teórica dos movimentos revolucionários
Ciência que estuda o comportamento da sociedade em geral e busca uma perfeita organização na vida social. Neste trabalho relaciono o que ela representa, o que busca compreender e a base de seu surgimento; como também a lista de alguns sociólogos e um pouco de suas respectivas teorias, e como a sociologia influência outras ciências explicando procedimentos observados na sociedade, fazendo parte de estudos de ciências como: Filosofia, Antropologia, Economia e Psicologia. 


O que é Sociologia? 

No contexto atual de importantes e aceleradas transformações que atravessam as sociedades, a sociologia, na qualidade de disciplina científica, estuda sistematicamente as relações sociais que se desenvolvem entre os indivíduos, os grupos e as instituições sociais. Elaboram-se modos de conhecimento sobre as sociedades contemporâneas, analisando-se, em especial, os múltiplos processos de relacionamento humano, as formas de organização social e as dinâmicas da mudança social.
Face à complexidade da própria realidade social, a sociologia especializa-se em diferentes domínios como, por exemplo, o político, o território e o ambiente, a educação, a família e a saúde, o trabalho e as organizações, a comunicação e a cultura, o desenvolvimento, a saúde e as religiões. Equacionam-se sociologicamente questões como o Estado e políticas sociais, o desenvolvimento econômico e social, a governabilidade, participação política e cidadania, os movimentos e lutas sociais, o ambiente, emprego e qualificações profissionais, as desigualdades sociais, a ciência e educação, a incerteza e risco sociais, a população, urbanização e movimentos migratórios, a etnicidade, o gênero, sexualidade e afeitos, o consumo nas modernas economias, as práticas culturais, os novos modelos familiares, as identidades sociais, as novas pandemias ou ainda os fenômenos ligados à exclusão social.
A Sociologia pertence a um grupo do que se convencionou chamar por Ciências Sociais. Ao lado de Ciências como a Economia, Antropologia, Ciência Política, História, dentre outras, procura pesquisar e estudar o comportamento social humano em suas mais variadas formas de organização e conflito, que genericamente, poderíamos dizer que seja esse o seu objeto de foco. Não há uma divisão exata entre o objeto destas Ciências, os complexos fenômenos da vida em grupo, em sociedade; freqüentemente utiliza-se de conceitos que perpassam por todas elas. No entanto, cada uma possui métodos e busca objetos específicos.
Há milhares de anos procura-se compreender a vida em grupo. Várias foram as maneiras inventadas pela raça humana. Desde a fantasia e a imaginação, fruto de uma postura mítica, passando pela Filosofia e pela dogmática religiosa. Não é raro encontrarmos, ainda hoje, presente em determinados grupos sociais, heranças destas posturas milenares que visavam mais propor ou impor normas para uma sociedade ideal, do que a pesquisa e o estudo propriamente ditos.
Depois de tantas tentativas de compreender a realidade surge, no século 19, a Sociologia. Credita-se a Augusto Comte (1798-1857) a invenção e o uso pela primeira vez da palavra, em seu curso de Filosofia Positiva, em 1839. No entanto, foi com Émile Durkheim (1858-1917) que a sociologia ganha o “status” de Ciência, academicamente reconhecida.
Hoje, poderíamos dizer que existem duas grandes escolas do pensamento sociológico: O Estrutural-Funcionalismo e a do Conflito.
A escola Funcionalista, de forte influenciação Durkheiminiana, entende que a sociedade se assemelha a um organismo humano-biológico, ou seja, se uma das partes deste corpo (órgãos) não está bem, o todo também não estará bem. Está implícito aí que todos os participantes de uma sociedade devem agir do mesmo modo, as normas devem ser compartilhadas por todos. Quem eventualmente não agir como o grupo age é desviante, sofre sanções.
Já a escola do Conflito, procura olhar para a sociedade, levando-se em conta suas contradições. Aqui o “organismo” não adoece, pode perfeitamente ter problemas em suas partes (órgãos) uma vez que entende que o conflito, o choque normativo, é o que move os grupos de uma dada sociedade historicamente constituída.
Ainda a escola do Conflito não perde de vista que todas as sociedades conhecidas são estratificadas, daí o conceito de mudança social permanente estar presente como um fato, fruto da observação, conceito este não pensado a contento na escola Funcionalista/Durkheiminiana. O conceito de mudança social, dialético portanto, como uma dinâmica natural dos grupos, entende que tanto a desigualdade social, como o idioma, são dados estruturais das sociedades que ao longo da história tem sofrido mutações constantes, respeitadas as características de cada cultura, em momentos históricos específicos.
Desta forma, hoje, o grande desafio da Sociologia, além da objetividade científica em seus estudos, é o de contribuir para reinventarmos a civilização, pois esta, desigual e injusta que está posta, é insustentável.
A Sociologia não é matéria de interesse apenas de sociólogos. Cobrindo todas as áreas do convívio humano - desde as relações na família até a organização das grandes empresas, desde o papel da política na sociedade até o comportamento religioso -, a Sociologia interessa de modo acentuado a administradores, políticos, empresários, juristas, professores em geral, publicitários, jornalistas, planejadores, sacerdotes, mas, também, ao homem comum. A Sociologia não explica nem pretende explicar tudo o que ocorre na sociedade nem todo o comportamento humano. Muitos acontecimentos humanos escapam aos seus critérios. Ela toca, porém, em todos os domínios da existência humana em sociedade. Por esta razão, a abordagem sociológica, através dos seus conceitos, teorias e métodos, pode constituir para as pessoas um excelente instrumento de compreesão das situações com que se defrontam na vida cotidiana, das suas múltiplas relações sociais e, conseqüentemente, de si mesmas como seres inevitavelmente sociais.
Atualmente, ela estuda organizações humanas, instituições sociais e suas interações sociais, aplicando mormente o método comparativo. Esta disciplina tem se concentrado particularmente em organizações complexas de sociedades industriais.
Ao contrário das explicações filosóficas das relações sociais, as explicações da Sociologia não partem simplesmente da especulação de gabinete, baseada, quando muito, na observação casual de alguns fatos. Muitos dos teóricos que almejavam conferir à sociologia o estatuto de ciência, buscaram nas ciências naturais as bases de sua metodologia já mais avançada, e as discussões epistemológicas mais desenvolvidas. Dessa forma foram empregados métodos estatísticos, a observação empírica, e um ceticismo metodológico a fim de extirpar os elementos "incontroláveis" e "dóxicos" recorrentes numa ciência ainda muito nova e dada a grandes elucubrações. Uma das primeiras e grandes preocupações para com a sociologia foi eliminar juízos de valor feitos em seu nome. Diferentemente da ética, que visa discernir entre bem e mal, a ciência se presta à explicação e à compreensão dos fenômenos, sejam estes naturais ou sociais.
Como ciência, a Sociologia tem de obedecer aos mesmos príncipios gerais válidos para todos os ramos de conhecimento científico, apesar das peculiaridades dos fenômenos sociais quando comparados com os fenômenos de natureza e, conseqüentemente, da abordagem científica da sociedade. Tais peculiaridades, no entanto, foram e continuam sendo o foco de muitas discussões, ora tentando aproximar as ciências, ora afastando-as e, até mesmo, negando às humanas tal estatuto com base na invabilidade de qualquer controle dos dados tipicamente humanos, considerados por muitos, imprevisíveis e impassíveis de uma análise objetiva.
O século XVIII pode ser considerado um período de grande importância para a história do pensamento ocidental e para o início da Sociologia. A sociedade vivia uma era de mudanças de impacto em sua conjuntura política, econômica e cultural, que trazia novas situações e também novos problemas. Conseqüentemente, esse contexto dinâmico e confuso contribui para eclodirem duas grandes revoluções – a Revolução Industrial, na Inglaterra e a Revolução Francesa
A tarefa que os fundadores da sociologia  assumem é, portanto,  a de estabilização da nova ordem.  Comte também  é muito claro quanto a essa questão. Para ele, a nova teoria da sociedade, que ele denominava de “positiva “  deveria ensinar  os homens a aceitar  a ordem existente, deixando de lado a sua negação.
Procedendo desta forma, esta sociologia inicial revestiu-se de um indisfarçável conteúdo estabilizador, ligando-se aos movimentos de reforma conservadora da sociedade. A oficialização da sociologia foi portanto  em larga medida uma criação do  positivismo, e uma vez assim constituída procurará  realizar a legitimação intelectual do novo regime..


Comparação com outras Ciências Sociais

No começo do século XX, sociólogos e antropólogos que conduziam estudos sobre sociedades não-industrializadas ofereceram contribuições à Antropologia. Deve ser notado, entretanto, que mesmo a Antropologia faz pesquisa em sociedades industrializadas; a diferença entre Sociologia e Antropologia tem mais a ver com os problemas teóricos colocados e os métodos de pesquisa do que com os objetos de estudo.
Quanto a Psicologia social, além de se interessar mais pelos comportamentos do que pelas estruturas sociais, ela se preocupa também com as motivações exteriores que levam o indivíduo a agir de uma forma ou de outra. Já o enfoque da Sociologia é na ação dos grupos, na ação geral.
Já a Economia diferencia-se da Sociologia por estudar apenas um aspecto da integração social, aquele que se refere a produção e troca de mercadorias. Nesse aspecto, como mostrado por Karl Marx e outros, a pesquisa em Economia é frequentemente influenciada por teorias sociológicas.
Por fim, a Filosofia social procura generalizar as explicações e procedimentos observados na sociedade, tentando construir uma teoria que possa explicar inclusive as variâncias no comportamento social; a Sociologia, por sua vez, é mais específica no tempo e no espaço.


Lista de alguns sociólogos e suas teorias

Alain Touraine (Hermanville-sur-Mer, 3 de agosto de 1925) é um sociólogo francês. Tornou-se conhecido por ter sido o pai da expressão "sociedade pós-industrial". O seu trabalho é baseado na "sociologia de acção"; ele acredita que a sociedade molda o seu futuro através de mecanismos estruturais e das suas próprias lutas sociais.
Émile Durkheim (Épinal, 15 de abril de 1858 — Paris, 15 de novembro de 1917) É reconhecido amplamente como um dos melhores teóricos do conceito da coerção social. Partindo da afirmação de que "os fatos sociais devem ser tratados como coisas", forneceu uma definição do normal e do patológico aplicada a cada sociedade, em que o normal seria aquilo que é ao mesmo tempo obrigatório para o indivíduo e superior a ele, o que significa que a sociedade e a consciência coletiva são entidades morais, antes mesmo de terem uma existência tangível. Essa preponderância da sociedade sobre o indivíduo deve permitir a realização desse, desde que consiga integrar-se a essa estrutura. Para que reine certo consenso nessa sociedade, deve-se favorecer o aparecimento de uma solidariedade entre seus membros. Uma vez que a solidariedade varia segundo o grau de modernidade da sociedade, a norma moral tende a tornar-se norma jurídica, pois é preciso definir, numa sociedade moderna, regras de cooperação e troca de serviços entre os que participam do trabalho coletivo (preponderância progressiva da solidariedade orgânica).
Georg Simmel (Berlim, 1 de Março de 1858 — Estrasburgo, 28 de Setembro de 1918) foi um sociólogoalemão. Simmel foi um dos sociólogos que desenvolveu o que ficou conhecido como micro-sociologia, uma análise dos fenômenos no nível micro da sociedade. Simmel desenvolveu uma tradição conhecida como Formalismo, que estabelece como prioridade o estudo das formas. O pensador alemão fazia uma distinção entre formas e conteúdos, indicando que, a partir do estudo das formas, seria possível entender o funcionamento da vida social.
Karl Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 — Londres, 14 de março de 1883) foi um intelectual alemão considerado um dos fundadores da Sociologia. A relação da produção da vida prática e material para com as idéias não é, porém, determinística e reducionista como à primeira impressão pode parecer; existe uma relação dialética entre essas duas entidades. Marx tinha um pensamento prático e político que muitos entenderam como sendo um método a determinar a realidade, chamando-o de materialismo histórico e dialético, que mais tarde veio a ser denominado de marxismo. Além disso, os estruturalistas, que passaram a ler os escritos de Marx segundo uma visão estruturalista segundo a qual com os homens seriam apenas apêndices das estruturas econômicas, e não criadores diretos destas. Como colocado por Lukács já na década de 1920, a metodologia marxista vê na ciência social uma totalidade, onde se a Economia organiza a tessitura básica da vida social - a "determinação em última instância", dizia Engels - a Política e a Cultura, por sua vez, contribuem para estabelecer as formas históricas de gestão econômica, e, portanto, agem decisivamente sobre a organização material da Sociedade.
Emil Maximillian Weber (Erfurt, 21 de Abril de 1864 — Munique, 14 de Junho de 1920) foi um intelectual alemão e um dos fundadores da Sociologia. A ação racional com relação a um objetivo é determinada por expectativas no comportamento tanto de objetos do mundo exterior como de outros homens e utiliza essas expectativas como condições ou meios para alcance de fins próprios racionalmente avaliados e perseguidos. É uma ação concreta que tem um fim especifico, por exemplo: o engenheiro que constrói uma ponte.
Herbert Spencer (27 de Abril de 1820 — 8 de Dezembro de 1903) foi um filósofo inglês e um dos representantes do positivismo. Para Spencer, a filosofia deve ser muito precisa quanto a evolução e esclarecer, com base nela, os mais variados problemas. Acreditava também que a evolução é um princípio universal que opera sempre. Spencer foi o principal teórico do Darwinismo social, através do qual procurou justificar o Imperialismo europeu com base em uma suposta superioridade racial.
Pierre Bourdieu (Denguin, 1 de agosto de 1930 — Paris, 23 de janeiro de 2002) foi um importante sociólogo francês. O mundo social, para Bourdieu, deve ser compreendido à luz de três conceitos fundamentais: campo, habitus e capital.
Pierre-Jouseph Proudhon (15 de Janeiro de 1809, Besançon, França - 19 de Janeiro de 1865, Paris, França) Acabou sendo um dos que iniciaram a propor uma ciência da sociedade. Segundo Proudhon, o homem deveria abandonar sua atual condição econômica e moral, pois leva à desarmonia humana, nessa sujeição de homens feita pelos homens. A nova sociedade devia ser apoiada no mutualismo, pois seria uma cooperação livrada por associações, eliminando o poder coercitivo do Estado. Entende-se, também, o absolutismo do indivíduo, pois é responsável pela arbitrariedade e a injustiça. Para ele deveria ter tido uma continuação da revolução, já que tinha conseguido destruir o feudalismo. Nessa sociedade moderna deve existir uma resistência por parte dos indivíduos ao capitalismo (que começa a dar seus primeiros passos), pois seria o responsável pela criação da propriedade privada. Ele ainda defende a anarquia positiva, no qual descarta a Igreja e o Estado, assim acabará indo contra as idéias de Marx sobre o comunismo. Proudhon viu o comunismo como sendo algo utilizado para controlar os homens e eliminar a igualdade, pois são feitos concretos, fundados na liberdade, onde cada uma das partes tome seu interesse e o poder coercitivo do estado seja inútil.
Celso Monteiro Furtado (Pombal, 26 de julho de 1920 — Rio de Janeiro, 20 de novembro de 2004) foi um importante economista brasileiro e um dos mais destacados intelectuais do país ao longo do século XX. Suas idéias sobre o desenvolvimento e o subdesenvolvimento divergiram das doutrinas econômicas dominantes em sua época e estimularam a adoção de políticas intervencionistas sobre o funcionamento da economia.
Fernando Henrique Cardoso (Rio de Janeiro, 18 de junho de 1931) Como sociólogo, FHC escreveu obras importantes para a teoria do desenvolvimento econômico e das relações internacionais. Sua teoria sugere que os países subdesenvolvidos devam se associar entre si, buscando um caminho capitalista alternativo para o desenvolvimento, livrando-se da dependência das grandes potências. FHC era contrário à tese de que os países do terceiro mundo se desenvolveriam só se tivessem uma revolução socialista.
Raymundo Faoro (Vacaria, RS, 27 de abril de 1925 — Rio de Janeiro, 15 de maio de 2003) Nesta sua concepção de Estado patrimonialista, Faoro coloca a propriedade individual como sendo concedida pelo Estado, caracterizando uma "sobrepropriedade" da coroa sobre seus súditos e também este Estado sendo regido por um soberano e seus funcionários. O autor assim nega a existência de um regime propriamente feudal nas origens do Estado brasileiro. O que caracteriza o regime feudal é a existência da vassalagem intermediando soberano e súditos e não de funcionários do estado, como pretende Faoro.


Conclusão

A Sociologia, através de seus métodos de investigação científica, procura compreender e explicar as estruturas da sociedade, analizando a relações históricas e culturais criando conceitos e teorias a fim de manter ou alterar as relações de poder nela existentes.
Concluindo: possui objetivos de manter relações que estabelecem consciente ou inconscientemente, entre pessoas que vivem numa comunidade, num grupo social ou mesmo em grupos sociais diferentes que lutam pra viverem em harmonia uns com outros estabelecendo limites e procurando ampliar o espaço em que vivem para uma melhor organização.
Autoria: Allyne Patricia Maques Souza Muniz

A situação do negro no Brasil


A identidade de um povo, num Estado nacional, pode se transformar, lentamente, seguindo as modificações históricas ou de forma mais veloz, sobretudo em períodos de guerra ou de grandes transformações locais ou mundiais. Muitas vezes tais mudanças são geradas durante certo tempo e, a partir de algum movimento, tornam-se visíveis.
Assim sendo, para entender o presente, é preciso compreender o que a história significa no passado e para o futuro e, ainda, a diferença entre a história, os pontos de vista históricos e as interpretações da história.
O Estado brasileiro, escravista durante mais de trezentos anos, reestruturado por conceitos republicanos excludentes, impôs e estimulou, ao longo da história, conceitos de nacionalidade que determinaram um discurso cultural distante da realidade multi-cultural do país.
A cultura brasileira, essencialmente permeada por valores femininos, negros, caboclos, indígenas, definida por encontros e conflitos, foi mediada, durante anos, pelo discurso da democracia racial e sua manifestação material legitimada a partir de uma leitura política branca.
A rica diversidade da cultura dos povos de origem européia aqui recriada, as africanidades brasileiras, as contribuições asiáticas, judias e árabes, as expressões indígenas resultantes dos conflitos da colonização, as características de nossa 'antropofagia', nossa identidade construída com referência em uma diversidade hierarquizada -, nem sempre essa dinâmica foi considerada pelo discurso que justifica e teme as desigualdades estruturais.
Começa, porém, a ser desenhada uma cultura de democracia participativa, que necessariamente inclui a cidadania cultural. O Brasil, Estado/nação, vive, neste momento, um período privilegiado no que diz respeito às possibilidades de concretizar transformações fundamentais abortadas em vários períodos da história. As profundas transformações dos conceitos de identidade nacional são então amparadas por uma política cultural inclusiva, que começa a se materializar valorizando a diversidade e desestruturando a hierarquia herdada da escravidão.

Espelho, espelho meu....

Em 1814, o governo geral do Rio de Janeiro recomenda ao governador da Bahia:

'Determina Sua Alteza Real que V. Exa. proíba absolutamente os ajuntamentos de Negros chamados vulgarmente batuques, não só de dia, mas muito particularmente de noite, pois ainda que se lhes permitisse isto para os fazer contentes não deve continuar esta espécie de divertimento, depois de terem abusado tanto dela.'
(Com o aumento das revoltas da escravos e de outros grupos pobres, principalmente a partir do fim do século XVIII, os batuques foram considerados focos de rebelião e esteticamente proibidos)
O Brasil tem a maior população negra fora da África e a segunda maior do planeta. A Nigéria, com uma população estimada de 85 milhões, é o único país do mundo com uma população negra maior que a brasileira.
Responsável pelo maior translado humano da história - entre 3,6 e 5 milhões de africanos foram importados para o Brasil, de várias partes do continente africano -, a escravidão gestou estruturas, relações sociais e econômicas, valores e conceitos, visão de mundo incluindo visão de Estado, que tinham por meta sua permanência, sobrevida e a manutenção dos privilégios resultantes.
Só a partir da década de 1930, com base, principalmente, nas teses sobre a miscigenação e na forma envergonhada de expressão do discurso racista, consolidou-se no país o mito da democracia racial. O que significa que, ainda durante a maior parte deste século, foram inibidas ações de combate ao racismo, a organização cultural e política dos negros brasileiros, e a implantação de políticas para a superação das desigualdades raciais. No período pós-Abolição, a ausência de um sistema legal explícito que definisse as desigualdades e, ainda, as africanidades visíveis da cultura brasileira, serviu como argumento para que o Estado e a sociedade desconsiderassem a necessidade de se criar mecanismos para a inclusão do povo negro no processo de desenvolvimento nacional.
A rica história invisível dos seres escravizados nos vários países africanos, sua recriação cultural, são apenas parte do ser cultural brasileiro. A polícia, a prática da medicina e das outras ciências, a cultura de produção rural e de utilização da terra, a política de imigração, o sistema político, os métodos utilizados para a sistematização dos dados, as relações de produção e de gerenciamento da riqueza, o regime de propriedade e de créditos, o sistema legal e o escolar, o mercado de trabalho, tudo foi estruturado para atender à necessidade de enriquecer os senhores, de controlar o escravo ou, depois, para consolidar e justificar as desigualdades.
Mais de trezentos anos de escravidão, do século XVI até o final do século XIX, como instituição legal, social e econômica, que determinou o estilo de vida do Brasil colônia, representam uma referência histórica fundamental para se compreender as desigualdades raciais no país, e o aprofundamento da hierarquização dos direitos e da própria definição de humanidade, de valor social da pessoa.
O escravo, para que a escravidão se justificasse, não era considerado um ser totalmente humano por nenhuma das instituições, inclusive pela igreja. As práticas culturais e religiosas, a visão de mundo desse conjunto humano foram sistematicamente desqualificadas, apesar de sua integração ao modo de ser nacional, após mais de trezentos anos de convivência cultural, e sendo a sua força de trabalho responsável pelo desenvolvimento da economia. A aparência física dos negros, exceto quando se tratava de servir sexualmente os senhores, foi associada à dos animais e esteticamente desagradável ou inferior. Seu corpo era para o trabalho e sua força utilizada corno a dos animais. A participação nas artes, extremamente relevante sobretudo no século XVIII, pouco ampliou os seus direitos, ou lhes assegurou o exercício da cidadania.
"Durante a escravidão, e mesmo após, as expressões religiosas negras foram descritas por escrivão de polícia a que narrava invasões de terreiros ou derrotas de revoltas, por autoridades eclesiásticas e civis preocupadas em combater a 'feitiçaria' e a subversão dos costumes..." -
João José Reis
Se o movimento abolicionista foi longo, heterogêneo e, por fim, vitorioso, a República surgiu como reação ao fim absoluto da escravidão, apesar do engajamento de lideranças negras no movimento republicano.
Várias peças religiosas tomadas dos 'pretos', africanos, e dos 'criolos', afro-brasileiros, ainda hoje estão nas delegacias, senão foram destruídas ou desapareceram.
Principalmente a partir da promoção, pelo Estado, da imigração européia subvencionada para substituir a mão-de-obra negra, da criação de status superior de cidadania para os imigrantes recém-chegados em relação aos negros, das promessas do Estado de embranquecer a nação, da participação periférica dos afro-brasileiros no processo de industrialização, da fraca representatividade política, da desqualificação de suas referências culturais, estruturou-se o que pode ser chamado o sistema de exclusão racial informal.
O desejo, a quase que necessidade brasileira de ser uma democracia confundiu-se com o mito desmobilizador longamente cultivado.
Zumbi, mostra a tua cara !
Agora, no final de seu quarto de século, o país passa por profundas transformações. No início dos 1900, representantes do Estado e dos setores dirigentes prometia que este seria um país branco em cem anos, como forma de assegurar presença respeitável nos conclaves internacionais. As projeções para o V Centenário, os cenários desenhados para a o início do próximo milênio, mostram, entretanto, que a diversidade e a expressão afro-brasileira agregam valor ao Brasil no cenário mundial.
Mas, que processos culturais permitirão as imensas possibilidades humanas de valorizar suas diferenças? Que processos transformarão o imaginário social que manifesta perversamente o racismo envergonhado, e se justifica com a afirmação de que aqui não se pratica racismo como lá ... ?
Novas referências estão sendo construídas para que a política cultural inclua a riqueza material e imaterial gestada pelos africanos e seus descendentes brasileiros.
Os produtores e criadores negros, os intelectuais, movimentos militantes, todos têm papel relevante nesse processo, e têm sido considerados. Entretanto, ainda não é possível ter certeza da imagem real de Zumbi dos Palmares (enquanto são vários os desenhos que retratam Domingos Jorge Velho) para que, além de ocupar a galeria dos heróis, possamos ter sua foto estampada nas moedas nacionais. Ou ir além das caricaturas de Anastácia e Chica da Silva e, ainda, descobrir a história verdadeira do fim de Luiza Mahin, a mãe de Luiz Gama. Somente diretrizes e investimento político do Estado têm sido capazes de interferir na estrutura dinâmica cultural e de criar mecanismos distributivos para compensar as desigualdades históricas. Isso para que as mudanças não sejam cosméticas.
Cumprindo a agenda atrasada

O ano de 1995, tricentenário da morte de Zumbi dos Palmares, último líder da República de Palmares, quilombo criado em Alagoas, que durou cerca de cem anos e foi destruído em 1694 , foi um marco na relação negro - Estado e na cultura do Estado em relação ao negro.
Ao som dos tambores, que no dia 20 de novembro protestavam contra o que tem sido definido como apartheid sem leis, e respondendo às críticas e propostas do movimento social negro, o presidente da República, em um ato no Palácio do Planalto, falou abertamente sobre o racismo, criou o Grupo de Trabalho para a Valorização da População Negra e elegeu a cultura, nominalmente a Fundação Cultural Palmares, como uma das áreas de investimento imediato para iniciar as transformações.
Foi preciso o engajamento pessoal do chefe do Estado para romper a inércia e a tendência à desqualificação política do negro. Sabe o sociólogo Fernando Henrique Cardoso que por decreto não se muda o contexto social, mas que o círculo vicioso precisava ser rompido e que orçamentos, leis e programas refletem os conceitos culturais. Ainda não nomeava ali, porta-vozes confiáveis, intermediários como se costuma fazer - criava, isto sim, espaços de poder para elaboração de propostas e execução, que, embora ainda limitados, representavam um ponto de força na estrutura do governo.
A cultura sempre foi o espaço possível para o exercício da sensibilidade negra, embora essa participação não mudasse o lugar social de seus realizadores. Principalmente antes de a indústria controlar o setor, o talento era limitado pelas condições de vida. Além da matriz cultural brasileira, do imaginário e da visão de mundo serem expressões profundas da africanidade aqui recriada, a expressão através das artes é fundamental, mesmo que descontextualizada.
Programas, projetos, convênios, revisão de conceitos e de sua materialização em apoios e orçamentos estão sendo realizados de forma a se criar um ambiente que permita a realização das mudanças estruturais projetadas pelos abolicionistas, adequadas a este final de milênio.
As comunidades negras rurais organizadas em quilombos, importantes celeiros culturais por sua história, com prática coletiva de produção diversificada, relação harmônica com o meio ambiente, foram identificadas. Estão sendo demarcadas as suas terras e eles estão recebendo os seus títulos de posse. São territórios culturais, são territórios habitados pelas mesmas famílias por vezes há mais de trezentos anos, vulneráveis devido à ausência, até então, de sua inclusão nos projetos fundiários do governo. Suas populações estão sendo capacitadas para potencializar os recursos e programas pilotos específicos de educação e saúde estão sendo realizados.
Programas de apoio ao desenvolvimento de uma dramaturgia afro-brasileira e capacitação para a representação adequada desse grupo humano estão sendo realizados em todo o país. São re-qualificados técnicos em comunicação, roteiristas, atores, diretores, artistas gráficos, através de convênios de várias naturezas.
A invisibilidade, ou a exposição desqualificada dos negros e de sua cultura, eram motivo para a baixa auto-estima, tanto dessa população quanto dos brasileiros em geral, na sua grande maioria afro-descendentes.
O mapa da produção cultural negra e de sua história urbana e rural está sendo organizado e já parcialmente disponibilizado através dos meios informatizados. A história hoje disponível apenas em acervos fechados ou de difícil acesso, também no exterior, às vezes fragmentada, está sendo organizada em um banco de dados que inclui toda a diversidade e inteligência negra brasileira. Peças religiosas estão sendo identificadas e devolvidas aos seus proprietários, quando não são doadas para o acervo. Sítios arqueológicos, como a serra da Barriga, e áreas de antigos quilombos estão sendo estudadas. A história da língua portuguesa no país, da perda das línguas de origem africana e da 'invenção' da língua que falamos em todo o território nacional, está sendo sistematizada. A vida de mulheres como Chica da Silva, Carolina de Jesus, Luiza Mahin; a competência e o desencanto político de abolicionistas como André Rebouças, Joaquim Nabuco e Luís Gama, que pensavam o desenvolvimento brasileiro; Machado de Assis; as irmandades; os terreiros e a ação dos seus líderes espirituais; a sensibilidade e o universo contraditório dos cientistas; os conceitos de produção diversificada, em oposição às plantations, desenvolvido por muitos quilombos; o trabalho sofisticado com metais - toda essa riqueza começa a estar disponível em várias linguagens para a nação que não conhece a trajetória ancestral de, no mínimo, quarenta e cinco por cento de sua população.
A projeção da cultura brasileira no exterior tem sido objeto de ações de difusão que se desdobram em promoção da imagem do país, valorizando o multiculturalismo e o intercâmbio cultural. A pluralidade nacional começa a ser adequadamente representada e a presença de artistas afro-brasileiros começa a ser mais diversificada no mercado.
O marco físico e, ao mesmo tempo simbólico, da nova postura do governo é a criação do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra.
A compreensão de que a falta de informação mantém a população negras estagnada nos espaços sociais inferiores, por vezes indiferente a possibilidades transformadoras e, ainda, que os cidadãos de todas as origens precisam ter referências para que se orgulhem das nossas africanidades, levou o governo, através da Fundação Cultural Palmares, a desenvolver e a implantar tal projeto.
O Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra, cuja placa da pedra fundamental foi assinada pelos presidentes Nelson Mandela e Fernando Henrique Cardoso, será inaugurado no marco do V Centenário do Descobrimento do Brasil, na capital federal, com o objetivo de ampliar a capacidade de participação dos afro-brasileiros no processo de desenvolvimento humano, científico e tecnológico do país. O diálogo cultural com a África e com os países multirraciais ganha novo conteúdo a partir dessa iniciativa.
O reconhecimento da importância da cultura negra no dia-a-dia nacional e de suas dinâmicas positivas como modelo civilizatório tem se expandido. Sua essência musical, a capacidade desse coletivo de transformar condições adversas em fatores de desenvolvimento humano e alegria, sua estética rica em diversidade, sua religiosidade inclusiva, passam a ser percebidas no conjunto da nação como elementos positivos da nossa diversidade.
O sistema de valores culturais do Estado, ao incluir a história do negro, tem se transformado e exigido novas reflexões, novo vocabulário, o desenvolvimento de novos conceitos de cidadania e, sobretudo, o início de mais respeito por essas novas vozes num cenário que nunca foi representativo dessa pluralidade.
Os projetos apoiados pelo Fundo Nacional de Cultura, pelas leis do mecenato, para obras de conservação e preservação do patrimônio, têm, devido ao engajamento pessoal do ministro Francisco Weffort, mais e mais incluído o patrimônio afro-brasileiro. As ações nos Estados e municípios estão sendo estimuladas a considerar a diversidade local. Dirigentes locais começam a perceber que o patrimônio criado pelos negros gera recursos e visibilidade para suas unidades administrativas e que, portanto, os produtores de tal riqueza devem ser considerados.
Política multi-cultural
A nova política cultural brasileira cria imensas possibilidades e muitas demandas para o Estado e para a sociedade.
O mercado foi motivado, surgiram e foram ampliadas várias publicações destinadas ao público negro. Uma nova estética, mais inclusiva, começa a ser visível na moda. A comunicação, inicialmente a oficial e agora, lentamente, a comercial, começa a tratar o negro como pessoa e a incluir imagens de seres humanos dos vários grupos étnicos.
0 mercado cultural, entretanto, continua excludente e o financiamento a produções negras muito tímidas. Há ainda uma imensa distância entre o discurso cultural e a prática da inclusão. Os produtos do teatro, da música, da dança, da literatura, do cinema, da televisão e da pintura, apresentados no cotidiano, estão longe de refletir a dinâmica social. Os produtores, com referência nos conceitos criados pelo mito da democracia racial, tratam o negro como segmento, de forma descontextualizada e eventual.
Por sua vez, os movimentos negros, que motivaram com seu ativismo histórico as mudanças atuais, têm sido parceiros críticos do Estado e começam a atuar junto a outros setores para aprofundar as transformações e para garantir que a agenda do governo seja agilizada. A descrença nas instituições e a indiferença em relação à representação política começam a serem transformadas no conjunto da população.
Nota-se uma profunda transformação em curso na identidade nacional. A compreensão das africanidades, aqui recriadas como parte do ethos brasileiro, muda as referências e rompe as limitações impostas por um falso eurocentrismo e põe por terra os conceitos de raça e de fragmentação da diversidade. A inclusão valorizada do negro desmobiliza a necessidade de se provar que o diferente é melhor ou pior, além de permitir trocas mais profundas e prazerosas entre os humanos de várias origens.
Entretanto, como os valores do Estado só se transformam através de leis, programas e políticas, estão sendo organizados dados sobre o resultado dos investimentos planejados para o período de 1994 a 1999, a fim de que o próximo plano plurianual inclua metas específicas para a criação de um novo cenário, até o início da próxima década.
A obra civilizatória brasileira - a possibilidade do privilégio do encontro superar as marcas da perversidade e as agruras do caminho percorrido -, começa a ser esculpida ao som dos tambores, com a sabedoria das negras velhas e a elegância da capoeira.
Não vos alerto por represália
Nem cobro meus direitos por vingança.
Só quero
Banir de nossos peitos
Esta goma hereditária e triste
Que muito me magoa
E tanto te envergonha.
Autoria: Rodrigo Almeida
Publicidade: