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23 de fev. de 2012

Aleijadinho

Antônio Francisco Lisboa, brasileiro, mineiro, nasceu em 1730, filho de um arquiteto português e de sua escrava. Parece que nunca freqüentou a escola além dos primeiros anos. Sabia ler e escrever e conta-se que seus conhecimentos de arquitetura, escultura e desenho foram aprendidos na escola de seu pai e com o desenhista e pintor João Gomes Batista. A afirmação de que não conhecia a arte européia costuma ser considerada espantosa pelos estudiosos de suas obras, devido às semelhanças que sua produção apresenta em relação às do velho continente. Talvez tivesse tido contato com elas somente a partir de gravuras, como costuma-se afirmar. Entretanto, apesar de seu enorme talento, é freqüente ser argumentado que suas obras apresentam algumas imperfeições (termo bastante discutível) típicas de sua falta de estudos. Na realidade, o alcance de seus estudos são um ponto obscuro na biografia de Aleijadinho. 

É considerado o maior artista do Brasil Colonial, imortalizando obras do barroco brasileiro. Seu apelido - Aleijadinho - deve-se a uma grave doença contraída com cerca de 47 anos que deformou e paralisou partes de seu corpo. Perdeu todos os dedos do pé, atrofiando-se, curvando (e chegando mesmo a perder) os dedos de sua mão. A vista foi danificada e o rosto acabou retorcendo-se, ganhando um aspecto extremamente desagradável. Entretanto, mesmo com as dificuldades físicas continuou pintando até ser efetivamente imobilizado no final de sua vida, em parte graças ao escravo Maurício, que lhe adaptava os ferros e o macete às mãos. 

Realizava desde obras de arquitetura, como a planta da Capela de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, aos trabalhos de esculturas pelos quais é particularmente conhecido. A pedra-sabão e o cedro eram suas principais matérias-primas. Trabalhou preferencialmente nas cidades mineiras associadas ao ciclo da mineração (apesar de ter passado pelo Rio de Janeiro). Suas obras foram realizadas nas capelas de São Francisco de Assis, de Nossa Senhora do Carmo e das Almas, em Ouro Preto; nas matrizes de São João do Morro Grande; na matriz de Sabará e nas pequenas igrejas das fazendas ao seus arredores da Serra Negra, Tabocas e Jaguara; nas Igrejas de Santa Luzia; na Capela de São Francisco, em Mariana; na matriz e capela de São Francisco em São João del Rei e nas igrejas de Congonhas do Campo. Acredita-se que seus trabalhos mais importantes estejam nessas duas últimas cidades. Em suas obras de temática bíblica e grande força dramática, merecem destaque o conjunto escultórico dos Passos e Profetas de Congonhas. Retrata a via-sacra de Cristo, associada à figuras do Antigo Testamento, seguindo a tradição barroca. O sacro Monte de Braga, em Portugal, deve ter sido a inspiração para a encomenda dos Passos. Sua construção parece ter começado no ano de 1796 na Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas do Campo. As sessenta e seis imagens de madeira, distribuídas nos seguintes grupos: Ceia, Horto, Prisão, Flagelação, Coroação de Espinhos, Cruz-às-Costas e Crucificação levaram três anos e meio de trabalho de Aleijadinho e seus colaboradores. Não é definida qual a exata participação destes na obra e o único nome conhecido é o do escravo Maurício. As pinturas de alguns grupos ficaram sob a responsabilidade de Manuel da Costa Ataíde. As principais imagens dos Passos possuíam olhos de vidro. Destaca-se a extremamente expressiva figura de Cristo da Cruz-às-Costas, com seus olhos de vidro em esfera maciça e íris negra, diferente das demais peças. Já os Profetas, iniciados logo após o término dos Passos, levaram cinco anos para sua conclusão, uma vez que os trabalhos foram interrompidos em 1801 e em 1803 - 1804 (na realidade, tomaram dois anos e meio de trabalho da equipe). 

É considerada uma das séries mais completas da arte cristã, devida à apurada observação das indicações bíblicas. Aqui, o critério de separação daquilo que foi realizado por Aleijadinho do trabalho realizado pelos colaboradores foi a presença de traços marcantes do estilo do artista. Esse estilo caracteriza-se principalmente pelo modo anguloso como as vestes das figuras lhes caem sobre o corpo, estruturas robustas de corpos, com músculos e veias saltantes, os olhos rasgados e a linha inferior em semicírculo, os lacrimais acentuados, altas sobrancelhas com linhas contínuas ao nariz, lábios de contornos sinuosos, unhas quadrangulares em dedos alongados e má implantação do polegar. Apesar da tentativa de seus discípulos em imitar-lhe os mínimos detalhes, a distinção pode ser ajudada pelo fato de possivelmente ter cabido a Aleijadinho as obras principais, como Cristo, apóstolos e ladrões da Crucificação. Um dado interessante das obras de Aleijadinho é estarem perfeitamente inseridas na lógica teatral barroca. Algumas imperfeições, por exemplo, creditadas às suas imagens, desaparecem se observadas sob o ângulo correto, evidenciando a importância de um ponto de vista privilegiado em sua apreciação do conjunto.
Plebe e Nobreza nas Minas Gerais  
Em 1769 aleijadinho troca a madeira por pedra-sabão. Daí não mais parou fazendo esculturas belas.
Aleijadinho procura imitar a côrte de Lisboa com a moda do tempo, passaram a usar cabeleiras, coletes de cetim, bengalas com bico de couro, enfim casas muito luxuosas com varandas, quartos, salas, móveis luxuosos, mesinha para jogos, grandes mesas para banquetes, sofás de palhinhas, ao cair à tarde moças tocavam os pianos, de noite escondidas atrás das janelas ouviram serenatas era um tempo muito romântico: Chica da Silva e Chico Rei conseguiram vencer as barreiras das Minas Gerais. Francisca da Silva enfeitiçou o desembargador João Fernandes de Oliveira, explorador d diamantes, homem de muitas posses. Chica da Silva era mulata, bonita, conquistou o português, que atendia seus caprichos, ele construiu um açude onde lançou um navio com velas para levá-la em suas grandes embarcações. Essa mulata só ia para igreja coberta de brilhantes, acompanhada e ricamente vestida.
Muitos a beija as mãos, mas na época era proibido negro usar ceda tecidos finos e jóias. Já Chico Rei, negro chefe de uma tribo africana, foi aprisionado junto com sua gente por traficantes de negros num navio e trazido para o Brasil, muitos morreram na viagem. Chico foi vendido com o resto da tribo, acorrentados foram para as minas de ouro de Vila Rica. Escravo Chico não desanimou a lei permitia que comprassem seu resgate de liberdade de acordo com a lei, trabalhando se cessar libertou um de seus filhos e depois a si mesmo, depois outros até a tribo toda, acabou comprando uma mina de ouro, formou um estado em Minas Gerais, foi sendo respeitado como Rei e sua segunda esposa a Rainha sua santa protetora passou a ser Santa Ifigênia, Construiu uma igreja no morro de Vira Seia, todas as imagens eram pretas, Santa Rita de Cássia, São Francisco de Assis e outras Nossas Senhoras.
Todos os anos nos dias 6 de janeiro ele se coroava e ia a igreja, ali também foi construída a imagem de Antônio Francisco Lisboa o Aleijadinho.
Até os 47 anos Aleijadinho viveu com saúde ainda teve um filho natural a quem deu o nome de seu pai, ainda nessa idade veio-lhe a doença que era um tipo de encefalite, falta de vitaminas e a sífilis. A doença o martirizou até a morte, de alegre e comunicativo, passou a ser triste e fechado.
Aleijadinho passou a trabalhar escondido de todos, com a ajuda de um escravo fiel e dedicado. 
Os profetas sempre pregando a verdade  

Os profetas foram introduzidos na arte da idade média para dar mais importância aos dramas literurgicos. Na Páscoa a e no Natal para mexer com os espíritos dos fiéis , existia a Ressurreição e a Encarnação. Cada Profeta testemunhava contra os juízes de Cristo. Santo Agostinho deu um sermão, representado claro por um dos profetas e cada um dizia suas frases para provar a verdade da Encarnação. Foi sobre o céu aberto de Congonhas que Aleijadinho colocou seus profetas a gritar a palavra de Deus , num lugar onde os movimentos das montanhas de minas para de repente , com paisagem entre as serras de Ouro Preto e Santo Antônio.
Desse conjunto de atitudes nasce uma harmonia fascinante, assim um supor de vida anima os profetas, as imagens do Aleijadinho possuem uma intenção artística e piedade Cristã, são obras de arte e devoção. Foi muito admirada a imagem de São Simão Stock que parecia jovem, mas como rosto cheio de rugas. A mão desse Santo a mais bela de todas a ser produzida pelo Aleijadinho foi de muita grandeza o rosto e as mãos bem visíveis e com detalhes no altar da capela da São Francisco de Ouro Preto. São bem apresentadas com detalhes bem postos e bem acentuados.  
Anos que foram os últimos  

Nos últimos anos de vida de Aleijadinho pouco ele trabalhou. Muito fraco, mudou-se para a cidade de sua nora Joana, onde por quatro anos esperou pela morte. Deitado o tempo todo num extrato de tábua ele passou 2 anos inteiros sem sair do lugar com um dos lados do corpo machucado sempre a ler a bíblia e pedindo ao senhor que lhe desse descanso. Finalmente a 18 de novembro de 1814, morre o grande artista, seu enterro foi simples e pobre na igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição.

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