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19 de fev. de 2012

Biografia de Fidel Castro

A audácia de Fidel Castro, à frente de um grupo de guerrilheiros, fez com que surgisse em Cuba o primeiro estado socialista do hemisfério ocidental.

Fidel Castro Ruz nasceu em 13 de agosto de 1926 em Mayarí, na província cubana de Oriente, filho de um usineiro de açúcar. Estudou em escolas católicas de Santiago de Cuba e, em Havana, no prestigioso Colegio de Belén, dirigido por jesuítas. Formou-se em direito pela Universidade de Havana, onde se iniciou nas atividades políticas. Por essa época, participou de uma tentativa frustrada de derrubar o ditador dominicano Rafael Leónidas Trujillo e tomou parte, na capital colombiana, do motim popular de 1948, que ficou conhecido pelo nome de Bogotazo.

Fidel entrou para o Partido do Povo Cubano (chamado Ortodoxo) em 1947 e por ele foi candidato a deputado na eleição programada para 1952, frustrada pelo golpe militar encabeçado por Fulgencio Batista em 10 de março daquele ano. Em 26 de julho de 1953, à frente de um pequeno grupo de rapazes, tentou tomar o quartel de Moncada, em Santiago. O ataque fracassou e Fidel, com o irmão mais novo Raúl, foi condenado à prisão. Anistiados em 1955, os dois se dirigiram para o México, onde organizaram, com o argentino Ernesto Che Ghevara, o Movimento 26 de Julho. A bordo do iate Granma, Fidel e seus companheiros dirigiram-se para a parte oriental de Cuba, onde desembarcaram em 2 de dezembro de 1956 e iniciaram nas montanhas de sierra Maestra uma vitoriosa campanha de guerrilhas contra Batista, que fugiu do país em 31 de dezembro de 1958. Fidel nomeou presidente o ex-magistrado Manuel Urrutia e assumiu a direção do país como chefe das forças armadas e, a partir de fevereiro de 1959, como primeiro-ministro.

Desde então Fidel Castro influenciou com a sua personalidade todos os dirigentes e grupos revolucionários, instituiu a pena de morte para os defensores do antigo regime e os adversários do novo, iniciou uma política de expropriações e prisões e promoveu as reformas agrária e urbana, o que provocou o êxodo de uma parte considerável da população para Miami. Na política externa enfrentou os Estados Unidos, que patrocinaram uma desastrosa invasão de Cuba por exilados, em abril de 1961, depois da qual Castro proclamou-se comunista, declarou Cuba estado socialista e se colocou sob a proteção soviética.

Em 1962, a União Soviética instalou mísseis nucleares em Cuba e o mundo esteve perto de uma guerra total, evitada depois que os soviéticos aceitaram retirar suas armas, em troca da promessa americana de não tentar uma nova invasão. Fidel, contudo, ajudou os movimentos revolucionários da América Latina e os governos marxistas de Angola e da Etiópia, na África, continente ao qual Cuba chegou a enviar dezenas de milhares de soldados.

Em 1976 promulgou-se em Cuba uma nova constituição, pela qual Fidel Castro passou a ser presidente do Conselho de Estado (chefe de estado) e do Conselho de Ministros, sem abandonar os cargos de chefe das forças armadas e secretário-geral do Partido Comunista de Cuba, o único permitido.

O regime dependeu economicamente da União Soviética até o fim do socialismo naquele país e teve suas dificuldades econômicas agravadas pelo bloqueio comercial patrocinado pelos Estados Unidos. Seus adversários alegavam que o regime não era democrático, por impedir eleições diretas para os cargos máximos e proscrever meios de comunicação independentes e organizações políticas fora do sistema oficial. Ainda assim, conseguiu promover uma considerável expansão da educação, da saúde pública, da previdência social, do esporte e das artes.

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